terça-feira, 3 de setembro de 2013

sem título

A noite estava acordada e disse-me
Tu que estás de visita... há quanto tempo!
Sem saber muito bem o que lhe devolver, suspirei.
Mais que vê-la, queria mesmo era ouvi-la.
Apercebi-me que, de silêncio, tinha ela pouco.
Um ar condicionado aqui perto funcionava a meio gás, os grilos grilavam e o vento caia suavemente na folhagem.
Tu terás sempre alguém, disse-lhe em tom manipulador. Já eu...Tu vens sozinha mas cheia de ti.

sexta-feira, 8 de março de 2013

burburinho medíocre

Olha pra ela que fala de gente e de coisas!
Que fala de tudo e de todos.
Que fala sempre dela.
Que agonia!

Não dizes nada que seja novidade.
És terra batida de burburinho medíocre.
Não ecoas. Não emerges.

Negas?

Metes-me pena.

domingo, 3 de março de 2013

as boas pessoas nunca se safam

As boas pessoas nunca se safam.
À falta de sorte junta-se uma boa dose de vitimização, que no fundo não merecem.

As boas pessoas andam com as algibeiras cheias de amor e se puderem escolher, escolhem sempre, ou quase sempre, os caminhos cobertos de drama.

Ignoram pequenas e grandes lições de vida, erram constantemente e perdem-se por aí.
Não fazem por mal. Não o fazem com o intuito lógico de sairem massacradas.
Acontece porque deixam acontecer.

As boas pessoas são as culpadas de tudo o que permitem que lhes aconteca.
Nunca vi fulanos maus enterrados em merda.

sábado, 2 de março de 2013

esqueci-me do que é ter pressa


Hoje, não com mais certezas, esqueci-me do que é ter pressa.
Bem...talvez em modo pequeno almoço de A. Caeiro.

Preocupam-me coisas. E preocupa-me preocupar-me.
Afinal que fase é esta que não mais do que um (ainda) regozijo?

Num sublinhado inicial escrevia agora que isso não interessava para nada, porque não era disso que queria realmente falar.

Preocupação. (se o suspiro pudesse ser descrito com tal exactidão que lhe fizesse verdadeiramente jus) Certamente das palavras mais usadas, (a seguir a 'cansaço') na plenitude de um adulto.
Também reservo algumas certezas em relação a isso...

Em conversa curta, alguém disse-me que pensava cada vez mais em como a vida lhe fora bonita.
Pobre velho! pensei eu, na forma mais cliché de todos os tempos.

Carecem-me as palavras pirosas e superficialmente bonitas que embelezavam tão bem os meus pensamentos em texto.
Olha...abandonei-as. (acompanhado de um riso ligeiramente pertubador)

E era neste momento, tão primitivamente, devo admitir, que concluiria com um final digno de pouca retórica,  para provar a mim própria e a vocês de que sabia do que estava a falar e que sim as minhas ideias valiam a vossa breve atenção.
Que baste o pensamento vago e vazio que nos ocupa grande parte do dia.
Mas também isso fica para o passado.

Afinal, tenho mais com que me preocupar...