Tábua a tábua,
talhando um sonho.
O alpendre das casas vitorianas, roubado aos Estados Unidos da América.
A madeira ornamentada,
a cadeira de balouço, a limonada fresca...
A mãe que fumava
cigarros às escondidas de avental posto, enquanto afiava a lâmina para lhe
fazer a barba e o filho que corria para o pai em busca de uma anedota
divertida.
Não sei ao
certo, mas passaram-se cerca de 7 anos.
Hoje nem nos
falamos.
Tudo começou
com um nariz vermelho de palhaço que me despertou a atenção.
Ora, quem é
que anda com um nariz desses assim?
Mais tarde percebi que até nem eras um tipo muito alegre.
No último ano chegámos a dar nomes aos nossos filhos e tudo.
Recordas-te?
Desse tempo guardo o bom dia matinal que me oferecias
enquanto eu ainda dormia.
Era comum desapareceres. Era a sensação de nunca se ouvir a
porta a bater.
Num dia estavas, no outro já tinhas ido.
De todas as vezes que tentei apagar os teus vestígios,
ressuscitavas.
És carrossélica, dizias tu. Mas na verdade, tu é que te perdias
em longos silêncios.
Aquele dia em que pensamos saber de que se trata do derradeiro final, do eterno
adeus, da última palavra, como se nunca nos passasse pela cabeça, não fosse possível, não conseguíssemos
adivinhar.
É uma espécie de ilusão de um momento controlado, que se
julga poder aldrabar.
O primeiro dia?
O primeiro dia foi marcado pela Rua das Janelas Verdes por volta das 15 da tarde. Tentei chegar o mais cedo possível, queria ter chegado antes que tu, para me preparar para o grande meet me. Estou a olhar para todos os lados, o coração doido, completamente perdido e desligo o meu mp3.
O primeiro dia foi marcado pela Rua das Janelas Verdes por volta das 15 da tarde. Tentei chegar o mais cedo possível, queria ter chegado antes que tu, para me preparar para o grande meet me. Estou a olhar para todos os lados, o coração doido, completamente perdido e desligo o meu mp3.
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